Os indianos oferecem a comida a Deus, e em seguida a ingerem como prasada – um presente sagrado do Senhor. Em nossa adoração ritualística diária (pooja) nós também oferecemos naivedyam (comida) a Deus.
Deus é onipotente e onisciente. O ser humano é uma parte, enquanto Deus é a totalidade. Tudo o que fazemos é através de Sua força e conhecimento. Portanto, tudo o que recebemos em nossas vidas como resultado de nossas ações, na verdade pertence a Ele. Reconhecemos isso através do ato de oferecer a comida a Ele. Isso é demonstrado pelas palavras hindus, tera tujko arpan – ofereço o que é Seu a Ti. Depois disso, passa a ser um presente Dele para nós, agraciado pelo Seu toque Divino.
Sabendo disso, a nossa atitude com relação à comida e o ato de comer muda inteiramente. A comida oferecida será naturalmente pura e melhor. Nós compartilhamos o que temos com os outros antes de consumir. Nós não exigimos, reclamamos ou criticamos a qualidade da comida que recebemos. Comemos com alegre aceitação (prasaada buddhi).
Antes de nos alimentarmos com nossas refeições diárias, primeiramente borrifamos água ao redor do prato como um ato de purificação. Cinco porções de comida são colocadas ao lado do prato, como reconhecimento ao débito devido por nós:
1) às forças Divinas (devta runa), pela Sua graça benigna e proteção,
2) aos nossos ancestrais (pitru runa), por termos herdado a sua linhagem e cultura familiar,
3) aos santos (rishi runa), já que a nossa religião e cultura têm sido proferidos a nós por eles,
4) a nossos semelhantes (manushya runa), que constituem a sociedade sem a qual não poderíamos viver da forma como vivemos, e
5) aos outros seres vivos (bhuta runa), por nos servirem desinteressadamente.
Por fim, a comida é oferecida a Deus, à força vital, que também habita em nós como as cinco funções fisiológicas, através do canto:
praanaaya swaahaa,
apaanaaya swaahaa,
vyaanaaya swaahaa,
udaanaaya swaahaa,
samaanaaya swaahaa,
brahmane swaahaa
Assim, após ser oferecida, a comida é ingerida como prasaada – comida abençoada.