A Jornada

A vida é uma jornada. As pessoas viajam por ela carregando a bagagem de seu karma, as impressões iniciais de todas as suas atividades anteriores, o balanço agregado de todo o prazer e dor, e os resultados de todas as interações com amigos e inimigos – tudo embaralhado por gostos e desgostos, simpatias e aversões. Alguns consideram a vida uma peregrinação; para outros ela é como férias, mas seu verdadeiro propósito é chegar à meta almejada. Quando esse objetivo é alcançado, a pessoa retorna ao ponto de partida. Como um círculo, a jornada da vida se completa somente quando se atinge o seu ponto de partida. Devemos retornar à nossa origem para completar nossas vidas – com amor, alegria e bem-aventurança.

Nessa jornada, reunimos muitas experiências – doces, amargas, agradáveis, difíceis. Para transcender todas elas, devemos manifestar nossa força espiritual interior. Então, a jornada da vida pode passar do estado de consciência elemental para o supramental e, finalmente, para a emancipação completa, como fizeram Buda, Cristo, Ramakrishna, Lahiri Mahasaya e outros.

Para amenizar o tortuoso caminho da evolução, que requer tanto esforço, é necessária uma orientação adequada, que torne essa viagem mais aprazível e menos cansativa. Um guia experiente ajudará o viajante a superar os obstáculos nesta grande aventura. O guia é o especialista, aquele que completou a jornada. O livro-guia são as escrituras sagradas, que inspiram, encorajam, disciplinam e prescrevem regras para a vida diária até que terminemos a caminhada.

O Guia

Desde tempos imemoriais, os seres humanos estão neste caminho, por vezes tranquilo e sem sobressaltos e por vezes difícil e intrincado, nos fazendo esquecer o nosso destino ou nos fazendo perder na densa floresta de esplendor material. O instrutor e o livro-guia são de vital importância, pois movem constantemente nossa visão e nossas pernas cansadas na direção correta.

Krishna, Cristo, Buda, Moisés e Maomé viveram em um corpo; e muitos mestres e santos realizados caminharam pela terra. Em nenhum lugar ou época, a civilização humana deixou de contar com as bênçãos dos guias espirituais para iluminar o caminho para a libertação. E apenas a falta de uma verdadeira busca nos impede de descobrir esse caminho. Sabemos que todas as religiões e civilizações foram abençoadas com escrituras únicas. Uma delas é a Bhagavad Gita. Escrever um prefácio para este livro sagrado é como tentar iluminar o sol com uma lâmpada.

Desde minha infância, tenho lido esta sagrada escritura, ouvido sua interpretação, muitas vezes à viva voz do meu próprio Guruji. Todos os dias eu a leio, me pergunto e pondero, sempre surpreso por encontrar o oceano divino insondável neste texto.

A Bhagavad Gita é um clássico religioso, um tratado filosófico, uma obra esotérica, um poema popular, um livro sobre metafísica e ética e um manual de yoga e sabedoria para buscadores espirituais. É única em sua abordagem, conteúdo, teoria, filosofia, orientações práticas e profunda verdade espiritual.

Extraído do livro: Bhagavad Gita, de Paramahamsa Hariharananda

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