Atitude Julgadora
Agora, vamos considerar a atitude julgadora que contamina todos nós. Quando usada para corrigir a nós mesmos, ou para detectar os nossos próprios erros, a atitude julgadora não é um vício. Mas encontrar erros nos outros e os condenar e criticar nunca é considerado algo digno.
Este mundo é um lugar de dualidade com seu jogo contínuo do bem e do mal. Nós nos deparamos com situações desse tipo a cada momento, quando lidamos com nossos gostos e aversões. Quando olhamos para os acontecimentos, objetos e personalidades do mundo, com suas facetas múltiplas, nos deparamos com este drama o tempo todo. As nossas impressões e memórias do passado abrem a porta da mente para que ela se torne analítica e, algumas vezes, crítica. Por exemplo, quando a nossa comida tem um pouco menos de sal ou um pouco mais de tempero, nossa língua reage e nossas mentes constroem imediatamente muitas interpretações a esse respeito.
Com o passar do tempo, se não formos cuidadosos com os nossos hábitos, comportamentos e nossa natureza crítica, é possível que gradualmente nos tornemos vítimas de uma atitude julgadora.
Como essa atitude se desenvolve em nós? Ela é o resultado de:
- Nossa natureza crítica de analisar tudo.
- Nossa tendência natural de encontrar erros que nos predispõem a rebaixar os outros.
- Nosso sentimento de insegurança e de medo.
- Baixa autoconfiança e baixa autoestima; sentimento de falta de habilidade para ser útil.
- Ciúme e inveja.
- Justiça própria, estar certo de estar completamente correto e de ser moralmente superior, desejando controlar e sentir-se superior.
- Parcialidade, presunção e comportamento discriminatório.
- Tornar-se julgador para compensar aquilo que não temos.
- Comparação entre passado, presente e futuro, impondo nossa visão julgadora.
- Intolerância, preconceito, impaciência e desaprovação.
A atitude julgadora alimenta a nossa natureza crítica, ostentando o nosso talento, inteligência e superioridade, que por fim ofendem os outros. A atitude julgadora leva à desmoralização, difamação, punição e vingança, e é enriquecida pela presunção, intolerância, preconceito, impaciência e censura.
Quando a nossa natureza julgadora fala, ela está sempre justificando: “Eu sou bom porque os outros são maus”. Certa vez, um professor de matemática desenhou uma linha no quadro negro e pediu aos alunos que tornassem essa linha menor sem alterar o que ele havia desenhado. Todos os alunos ficaram em silêncio, exceto um menino. Ele pegou o giz e desenhou uma
linha maior que a primeira. Essa ação mostrou o talento e a atitude positiva do aluno. O professor ficou emocionado com a ideia do aluno.
Em nossa vida diária, nós rebaixamos e condenamos os outros para mostrar que somos superiores e especiais. Normalmente, queremos mostrar que “eu sou bom porque os outros são maus”, mas nós nunca queremos exibir as nossas qualidades mostrando também a bondade dos outros. A verdade é que, quando queremos ser extremamente julgadores, nunca hesitamos em fazer uma tempestade em copo d’água.
Na realidade, nada é essencialmente bom ou mau. É apenas o momento ou a circunstância que projetam as coisas dessa forma. As coisas que consideramos ruins são aquelas que nós não queremos. Mas aquilo que consideramos “mau” para nós pode ser bom para outra pessoa.